Defesa Cibernética em Infraestrutura Críticas e Riscos de Ataques Cibernéticos.

Este artigo é de autoria de nosso colaborador Lorran Ferreira Dias, como parte de nosso programa de incentivo interno à produção de conteúdo técnico e desenvolvimento pessoal e profissional Neurônios em Ação.

Nos últimos anos, a evolução das tecnologias trouxe inúmeros benefícios, mas também ampliou as vulnerabilidades no ciberespaço. A infraestrutura crítica de um país, como telecomunicações, energia, finanças, água e transporte, é especialmente vulnerável a ataques cibernéticos, que podem causar graves prejuízos e impactos na sociedade.

Com a digitalização crescente, essas infraestruturas tornaram-se alvos atrativos para atores maliciosos, sejam eles estados-nação, grupos de hackers ou criminosos cibernéticos. Proteger essas infraestruturas contra ataques cibernéticos tornou-se uma prioridade para governos e organizações ao redor do mundo.

A proteção de infraestruturas críticas envolve um conjunto complexo de medidas que incluem políticas governamentais, normativas específicas, tecnologias avançadas e a colaboração entre setores público e privado. A falta de segurança cibernética adequada pode levar à interrupção de serviços essenciais, resultando em consequências econômicas, políticas e sociais severas. Portanto, a segurança cibernética deve ser vista como uma parte integral da estratégia de defesa nacional e empresarial.

Conceitos e Definições

O espaço cibernético é um ambiente virtual composto por dispositivos computacionais conectados em redes, onde informações digitais são processadas e armazenadas. Diferente dos espaços físicos, o ciberespaço é intocável e criado pelo homem para atender suas necessidades. A segurança da informação envolve a proteção de dados, assegurando confidencialidade, integridade, disponibilidade e autenticidade. Dentro desse propósito, a segurança cibernética e a defesa cibernética são essenciais para proteger infraestruturas críticas contra ataques.

Normativos no Setor Cibernético

O Brasil considera infraestruturas críticas como instalações e serviços cuja interrupção causaria sérios impactos sociais, econômicos, políticos ou à segurança nacional. Em 2012, a Estratégia Nacional de Defesa priorizou o setor cibernético, com foco na proteção dessas infraestruturas. Após denúncias de espionagem em 2013, o Ministério da Defesa criou um grupo para fortalecer a defesa cibernética nacional. Os normativos existentes, porém, ainda apresentam deficiências e precisam ser aprimorados para enfrentar as ameaças atuais.

Caso Real: O Ataque à Colonial Pipeline

Em maio de 2021, a Colonial Pipeline, uma das maiores operadoras de dutos de combustível nos Estados Unidos, sofreu um ataque de ransomware que interrompeu suas operações por vários dias. Este incidente destacou a vulnerabilidade das infraestruturas críticas a ataques cibernéticos e as consequências severas que podem resultar.

O ataque foi realizado por um grupo de hackers conhecido como DarkSide, que conseguiu comprometer os sistemas da Colonial Pipeline, exigindo um resgate para restaurar o acesso. A empresa foi forçada a fechar suas operações como medida preventiva, resultando em escassez de combustível e aumento dos preços em várias regiões dos Estados Unidos.

O ransomware é um tipo de malware que criptografa os dados da vítima, exigindo um pagamento para a chave de descriptografia. No caso da Colonial Pipeline, os hackers conseguiram acessar a rede corporativa da empresa e, de lá, mover-se lateralmente até comprometer sistemas críticos. A interrupção das operações de dutos de combustível teve impactos imediatos, como filas em postos de gasolina, aumento de preços e preocupação generalizada com a segurança da infraestrutura energética.

Propostas de Melhoria na Segurança Cibernética de Infraestruturas Críticas

O Caso da Colonial Pipeline foi emblemático e repercute até hoje, afinal, o ataque deixou uma boa parte dos EUA – uma país altamente dependente de seus veículos – parado. A partir desse ataque, a segurança de infraestruturas críticas ganhou os holofotes e as atenções dos governos.

A partir das lições aprendidas com o caso (nota do admim) destacam-se as principais medidas para melhorar a proteção das infraestruturas críticas, é necessário um conjunto de ações estruturantes que envolvem diversas áreas da cibersegurança:

  1. Desenvolvimento de Normativas Específicas: Criar e aprimorar leis e regulamentos específicos para a proteção cibernética de infraestruturas críticas. Isso inclui a definição clara de responsabilidades, requisitos de segurança e procedimentos de resposta a incidentes.
  2. Capacitação e Treinamento: Investir na formação contínua de profissionais especializados em cibersegurança. Programas de treinamento e certificação devem ser implementados para garantir que os profissionais estejam atualizados com as últimas ameaças e tecnologias de defesa.
  3. Tecnologias de Defesa: Implementar tecnologias avançadas de detecção e resposta a incidentes cibernéticos, como sistemas de detecção de intrusões, soluções de inteligência artificial para análise de ameaças e plataformas de resposta automatizada a incidentes. A adoção de tecnologias como segurança de confiança zero e autenticação multifator também é essencial.
  4. Parcerias Público-Privadas: Estabelecer colaborações entre o governo e o setor privado para compartilhar informações e melhores práticas. A troca de informações sobre ameaças e vulnerabilidades pode ajudar a prevenir ataques e mitigar danos.
  5. Campanhas de Conscientização: Promover campanhas para aumentar a conscientização sobre a importância da segurança cibernética entre os usuários e colaboradores das empresas de infraestrutura. A educação do público sobre práticas seguras na internet e o reconhecimento de ameaças comuns pode reduzir significativamente o risco de ataques cibernéticos.
  6. Monitoramento Contínuo e Auditorias: Implementar um monitoramento contínuo das infraestruturas críticas para detectar comportamentos anômalos e responder rapidamente a incidentes. Auditorias regulares são necessárias para validar a eficácia das medidas de segurança e identificar áreas de melhoria.

Concluindo

De 2019 para cá – com a pandemia, a emergência do trabalho remoto, e mais recentemente, o boom da inteligência artificial – vimos uma escalada de ataques e novas ameaças. As manchetes são diárias. No entanto, os esforços e os investimentos em proteção e defesa ainda estão muito longe de serem os ideais. (nota do admin), dando espaço a propagação do poder de atuação de hackers pelo mundo, acumulando prejuízos milionários.

Para melhorar a proteção das infraestruturas críticas, é necessário um conjunto de ações estruturantes e a implementação de medidas preventivas e reativas mais eficazes. A governança cibernética deve ser continuamente aprimorada para lidar com as ameaças emergentes no ciberespaço.

Nesse contexto, integradores de segurança, como a IT Protect, desempenham um papel fundamental. Eles suportam as indústrias de utilities e infraestruturas críticas na estruturação de suas defesas de forma eficaz, oferecendo serviços gerenciados de segurança e expertise para implementar soluções de ponta, garantindo assim a resiliência contra ataques cibernéticos. Com um Centro de Operações de Segurança (SOC) e serviços de Detecção e Resposta Gerenciada (MDR), a IT Protect atua junto a empresas de utilities e infraestuturam oferecendo monitoramento continuo, detectando atividades suspeitas e respondendo rapidamente a incidentes. Implementando medidas de segurança robustas e um plano eficiente de gestão de incidentes garantimos respostas coordenadas e ágeis, minimizando o impacto e facilitando a recuperação.

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